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A Vaidade da chef Amanda Grezzana na Cozinha e na Vida

Semifinalista gaúcha da 1ª edição do Mestre do Sabor da Rede Globo, valoriza gastronomia consciente

Amanda Grezzana, cresceu em uma família onde sempre se valorizou a boa comida. Formada como Chef Internacional e Chef Pâtissier, saiu da faculdade desbravando o interior do sul do país. Apaixonada pelos nossos ingredientes e pelas similaridades com a Europa, resolveu fazer as malas e estudar técnicas francesas na fonte. Teve a oportunidade de trabalhar em vários restaurantes reconhecidos e esteve à frente de cozinhas importantes. Se apaixonou pela arte da pâtisserie e se especializou na área.

Em 2019, participou do reality show da Rede Globo, o Mestre do Sabor, e foi uma das únicas duas semifinalistas mulheres, a chegarem tão longe na competição.

Hoje, trabalha em diversos projetos na Serra Gaúcha, visando valorizar a alta gastronomia consciente e levar experiências gastronômicas a todos. E com exclusividade para o Estância Decor RS, a vaidosa chef concedeu entrevista falando de sua trajetória. Confira!

Semifinalista do Mestre do Sabor

Chef Amanda Grezzana-Divulgação

EDRS- De onde surgiu esta paixão pela gastronomia em especial?

A cozinha é o lugar onde eu sempre estive, quando pequena eu costumava subir nos banquinhos para poder alcançar a pia e ajudar minha avó. Ela tinha uma hortinha em casa e eu ficava encantada com aquilo! Mas acho que o interesse em me profissionalizar veio da faculdade. Com 20 anos comecei cursando Turismo e, como o bloco era dividido com a turma de Gastronomia, eu via os alunos entrando para as aulas e os professores uniformizados.

A ideia de que eu poderia cozinhar profissionalmente e ainda, continuar na área de hospitalidade, que era algo que me atraía muito, nunca havia me passado pela cabeça.

Resolvi transferir meu curso, entrei em uma turma que estava adiantada e precisei estudar muito, para poder alcançar eles. Mas, todo esforço valeu a pena! Percebi que tinha talento e estava no caminho certo, quando ganhei uma premiação na própria faculdade.

 

EDRS- Onde busca suas inspirações?

Como eu sempre tive bases muito fortes na cozinha francesa, eu busco muitos elementos vindos destas técnicas. Mas, o que me agrada de verdade é buscar elementos contemporâneos, e incorporar eles nas técnicas mais tradicionais.
Também, me inspiro muito nos ingredientes que temos na região da Serra, na sazonalidade dos insumos, no design das louças e em viagens que fiz.

Enfim, inspirações não faltam!

 

EDRS- Quem é o seu guru atualmente na área da gastronomia que você admira?

Eu admiro vários chefs brasileiros, por terem prosperado em uma época onde, a gastronomia não tinha tanta visibilidade. Mas o momento que estou vivendo hoje, me faz admirar demais as mulheres brasileiras que colocam sua essência nos seus pratos, são líderes e não tem medo de se expressar. Assim como, a Manu Buffara, Helena Rizzo, Paola Carosella, Bel Coelho e claro, a minha Mestra, Kátia Barbosa. Além de admirar o trabalho delas como cozinheiras; admiro a atitude e o posicionamento delas.

 

EDRS- Onde gostaria de cozinhar? Para quem? (país ou projeto futuro)

Claro, que gostaria de ter uma experiência com grandes nomes mundiais!

Trabalhar no Noma, Mugaritz, em Portugal com José Avilez, até mesmo com os irmãos Roca. Cozinhar em Paris é uma sensação indescritível, adoraria viajar para lá de novo.

Mas talvez um projeto para o futuro, seria cozinhar em algum museu de arte moderna, como o MoMa (seria um sonho!) ou o MAM. Lá apresentar a gastronomia como uma instalação artística, mesmo como uma experiência, envolvendo todos os sentidos.

 

EDRS- O que você leva em conta na hora de cozinhar em linhas gerais?

Penso sempre no principal insumo que vou usar.

Isso depende da sazonalidade e da qualidade da origem dele.

O restante da composição do prato, gira em torno desse ingrediente principal e como eu posso respeitar o sabor e a origem dele, como posso valorizar todo o tempo de trabalho que é colocado em cima desse ingrediente, para que ele chegue até nós, na feira, no mercado…

Depois vem o pré-preparo, sempre respeitando o que eu tenho de melhor nos meus ingredientes, desde a lavagem, a separação, o corte.Dou o melhor aproveitamento possível para os ingredientes sempre tendo em mente o desperdício e principalmente, sempre compro somente o necessário, para que nada seja descartado sem uso!

O planejamento tanto do prato, quanto da execução, é extremamente importante dentro da minha cozinha.

 

EDRS- Sua marca na gastronomia é o design de seus pratos, além do sabor. Como você explica essa analogia de ser uma chef que tem uma preocupação sensorial no que se refere a apresentação combinados com o sabor?

A estética dos meus pratos é algo extremamente natural pra mim. Um pouco vem das minhas referência e estudos sobre e empratamento, mas na hora que vejo os elementos, eles começam a se montar quase, como em uma tela na minha cabeça, sempre tentando valorizar e respeitar o prato em si. Cada preparo estimula minha imaginação de forma diferente. E eu entendo, muito a gastronomia como forma de arte.

Ela tem a possibilidade de traduzir sentimentos, tirar as pessoas da zona de conforto, é uma forma de expressão, e tem a capacidade forte de unir e dividir opiniões.

Logo, é muito natural querer que o paladar se una com o visual, e até mesmo com o tato.

 

EDRS-Um dos ambientes prediletos da casa é a cozinha na ótica da arquitetura. Como você percebe a relação da cozinha com a arquitetura?

Eu não entendo muito de arquitetura, mas faz muito sentindo, vinda de uma família de origem italiana. A cozinha é onde a família e os amigos se reúnem. Gera conforto e senso de familiaridade. A cozinha é minha casa, é o lugar onde eu passo maior parte do meu tempo, tanto em casa, como fora dela. Me remete muito aconchego. Logo, gosto que minha cozinha tenha minha cara, tenha fácil acesso, seja esteticamente agradável, com um estilo pastoral moderno, remeta ao campo. Acho que isso, encaixa um pouco com o meu estilo de cozinha, afinal, como os artistas, criamos aquilo que somos.

 

EDRS-Uma boa receita deve conter? (definir em 3 palavras objetivas)

 Criatividade, experimentação e cuidado.

 

EDRS-Como foi a sua participação pós, programa Mestre do Sabor?

Foi uma experiência única e me tirou muito da minha zona de conforto. Conheci pessoas e profissionais incríveis e trago muitos amigos que fiz. Esse contato com profissionais do Brasil inteiro, é muito importante. E o programa abriu as portas para várias ideias e sensações diferentes. Eu com certeza saí de lá, uma nova Amanda.

CARTÃO DE VISITA DA PERSONA

  • Um livro de cabeceira?

O único livro que deixo na minha cabeceira é a Bíblia. Sempre em um momento de dúvida ou dificuldade, eu posso abrir em qualquer página, que sinto, que encontro um direcionamento.

  • Uma bebida predileta?

Como uma boa gaúcha é claro, que é um mate.

  • Uma comida preferida?

Pode até parecer engraçado falar isso, mas acho que uma sopa bem feita, com um caldo preparado com cuidado e carinho, uma massinha caseira e um bom vinho.

Sopa é de longe meu prato de conforto.

O estresse, o cansaço, a ansiedade… Eu esqueço tudo com um belo prato de sopa!

  • Uma vaidade sua?

Escolher apenas uma é difícil, mas com certeza eu amo maquiagem.

Gosto de me sentir bonita mesmo dentro da cozinha, com as portas fechadas, depois de 12hs na frente do fogão. É uma questão muito minha. Mas me faz muito bem, poder sair do serviço e me apegar ao fato de que eu arrumei meu cabelo e minha maquiagem para encarar o dia. Me dá um pouco mais de força.

  • Uma personalidade que admira?

A Monja Coen. Eu a acho de uma pureza e força extremamente admiráveis.

Os ensinamentos dela, me fazem muito bem. E tento adaptar tudo que posso a minha realidade.

  • Família?

Minha família é minha base, meu alicerce, meu lar, minha referência. Sou muito família!

  • Você é adepta a crendices e ou algum tipo de superstição?

Sim, sou bem supersticiosa. Não tenho preconceito nenhum, vou desde leitura de runas, até tarot e mapa astral. Acho bem engraçado, como independente da crença, as coisas conversam entre si.

De qualquer forma, é sempre um jeito novo, de encarar um problema que nossa mente tem dificuldade de enxergar de outra maneira.

  • Uma paixão?

O sol, a natureza em geral, tanto mato, quanto praia.

Sem sol eu não sou a mesma pessoa. Gosto da minha vida iluminada!

E essa conexão com a terra e o que ela nos oferece, é muito importante pra mim.

  • Um defeito?

Eu sou muito transparente e não consigo disfarçar minhas emoções. Isso me causa alguns problemas. As pessoas às vezes entendem isso como arrogância. Mas nada que uma boa conversa, expondo pontos de vistas diferentes, não me façam a chegar em algum pensamento diferente.

  • Criatividade na cozinha é?

Expressão, emoção, traduzir sentimentos.

O que percebemos ao longo de seus trabalhos, a personalidade de uma chef delicada, que sabe expressar suas emoções, com diversas colheres de sentimentos em uma receita. Tudo com único objetivo dar vida e sabor ao prato. Na cozinha traduz um quê de vaidade sublime.

Para acompanhar mais o trabalho da chef Amanda, siga @chefamandagrezzana

 

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