Saber ouvir sem emitir valores pré-concebidos, aplicar o desejo do cliente dentro da melhor técnica possível e ser criativo é fundamental
A versatilidade sempre vem acompanhada de muito movimento. Adaptar-se diante de novas circunstâncias é a palavra-chave hoje em dia, unida também ao conceito de transformação. Entre os profissionais de arquitetura e design, há quem diga que o conceito correto a ser aplicado é “adaptabilidade”.
A equipe do Estância Decor RS, procurou a opinião de um especialista no assunto, o arquiteto e urbanista Carlos Lemos. O profissional traz na bagagem um vasto currículo, no mercado da capital e fora dele, em projetos residenciais, comerciais e corporativos. Tidos como inusitados, uma de suas linhas de trabalho marcantes é a harmonia dos objetos, o luxo e a versatilidade. A razão advém também de seu olhar aguçado das coisas em torno da arquitetura, decor, viagens e a sua constante atualização no mercado.
Carlos Lemos, Créditos Eduardo Liotti
EDRS – Afinal de contas, o que é versatilidade?
Desenvolver um projeto demanda tempo e conhecimentos gerais, mas o importante é aprender as técnicas necessárias para aplicar neste trabalho. Nosso comportamento profissional é multifacetado, recebe influências de nossa família, amigos e colegas, professores em nossas áreas de atuação, fornecedores, parceiros comerciais e mídia. Tais ingerências são realmente variadas, ainda mais quando falamos em estética, luxo e sofisticação! Tudo isso nos forma, transforma e cada um de nós tem um perfil diferente o qual é aplicado no desenvolvimento de nossas atividades. Então, qual é o segredo? Acredito que a versatilidade é o novo luxo! E saber ouvir sem emitir valores pré-concebidos, aplicar o desejo do cliente dentro da melhor técnica possível e ser criativo, isso é fundamental!
EDRS – É fácil?
Não, não é nada fácil! Mas, quando atingimos a consciência de que este projeto não será mais nosso a partir do momento que entregamos o produto executado ao cliente, conseguiremos perceber que é justamente a versatilidade que nos torna especiais. E isso nos possibilita criar o melhor espaço dentro dos melhores conceitos de luxo e sofisticação.
EDRS – E como a versatilidade pode auxiliar a atender melhor as demandas dos clientes?
Ser versátil significa entender que nem sempre o cliente adotará todas as nossas sugestões e mesmo assim nosso projeto será um sucesso! Significa também que nossa forma de pensar deve permanecer constantemente aberta para o novo, ou para fórmulas estéticas que não são as nossas. E que o nosso luxo pessoal não representa o luxo do nosso cliente.
EDRS – E como se dá a relação entre a supervisão técnica, padronização versus versatilidade?
Fazer do nosso projeto um ambiente confortável, funcional e esteticamente belo, dentro do padrão de excelência do nosso cliente e com nossa supervisão técnica. O luxo deixou de ser apenas um bem material, exclusivo, para se transformar em um conceito. E este conceito varia de cliente para cliente. Por isso, ser versátil é tão importante! Porque essa característica nos possibilita criar e transformar o espaço, de acordo com a proposta estética de um cliente bem específico. E não se trata apenas de utilizar o sofá mais sofisticado, ou aquele que tem a melhor tecnologia. É preciso ser também confortável, acomodar diferentes situações de uso, ser flexível para atender não apenas uma sala, perfeitamente arrumada, mas aquela que também vai receber crianças ou pets, por exemplo.
