Saber onde você quer chegar e como chegar, labutando, negociando e persistindo, tudo com muita fé, são características intrínsecas na vida da designer de joias Bibiana Bisognin Paranhos, CEO da Bibiana Bride. A paixão pelo que faz e o amor pela família a motivam a viver em constante evolução em todas as suas áreas. Ela não enxerga apenas o seu caminho. Quando decide realizar um projeto, traz consigo a valorização de outros profissionais; pois entende que estamos no mundo para agregar e crescer juntos. Por isso, se define como uma pessoa revolucionária e inclusiva, que respeita opiniões, mas compreende que a vida deve ser vivida e não adequada a estilos, sempre em constante busca por mudanças sociais. A noiva perfeita para Bibiana é aquela que vive o casamento literalmente, que está casando por gostar, por amar e por querer. Tudo que acontece na vida da designer, ela busca compreender e refletir sobre cada situação e qual o significado que isso tem para ela e para aqueles que estão ao seu redor. “Eu tenho uma gratidão enorme a Deus pelo quem sou, pela minha história e pela minha criação e conquistas.” À Estância Decor RS, Bibiana concedeu entrevista exclusiva em que fala sobre o despertar de sua essência, a mostra Celebration e seus planos e lançamentos para 2024. Confira!
Foi em um evento em Porto Alegre (RS), que Bibiana se surpreendeu ao colocar uma de suas joias na modelo Vitória Bisognin e saber que ela era sua parente. “Se tu é Bisognin, só pode ser minha prima, porque veio só uma família da Itália para o Brasil”, lembra. Esse momento acendeu no coração da CEO o desejo de saber mais sobre sua origem e conhecer sua família no Brasil e na Itália. Iniciaram-se as pesquisas genealógicas e a sua história começou a ser percebida de outra forma, com um olhar mais profundo e em busca de sua cidadania. “Tudo isso é uma preparação para uma nova Bibiana, que agora tem as bases familiares valorizadas e encontradas. Tenho muita gratidão a esses antepassados por receber essa carga genética tão rica e quero homenageá-los”, afirma.
Tudo fez sentido
Ao descobrir sua origem italiana, entendeu que tudo que viveu em sua vida profissional e pessoal começou a fazer sentido. Desde pequena se encantava com as influências da Itália, em música, arte e história. Sentia que o país italiano a chamava. Não foi à toa que ainda jovem, fez o curso de Designer de Joias em Milão, na Itália, conhecida como berço da joalheira mundial. “Eu tinha essa intuição desde criança, eu fiz aulas de ópera e canto lírico, sempre me envolvi com coisas que tinham referência ao meu país de origem. Sempre fui marginalizada italiana e essa essência foi aflorando muito em mim com os passar dos anos.”
Natural de Porto Alegre (RS) e residente em São Paulo (SP), Bibiana se consolidou na carreira com a criação de joias de luxo para noivas e suas famílias, tendo atendido celebridades como Adriane Galisteu e Giovanna Ewbank, entre muitas outras. “Tudo que aconteceu em minha vida não foi por acaso, Deus sempre esteve presente e foi me mostrando o caminho. E eu fui fazendo ele acontecer também”, destaca. Bibiana lamenta não poder compartilhar essa emoção com seus pais e com seu ex-marido (goiano, de família tradicional, da linhagem do Barão de Rio Branco, único homem diplomata na história brasileira), já falecidos. “Nenhum deles sabia que eu sou italiana. Nem meu filho sabe ainda, que está morando nos EUA, vou contar para ele com muita felicidade.”
Esse ano viajou à Itália para conhecer a região de Firenze e ficou com vontade de ficar por algum tempo ali. Entretanto, com a reabertura de seu escritório, fechado na pandemia, e alguns compromissos e eventos firmados, esse desejo foi transferido para abril do ano que vem. “A ida a Itália, neste ano, me fez pensar em largar tudo no Brasil e morar lá por um tempo. Eu preciso entender mais da minha história e tudo que estou conhecendo. Quero inspirar as pessoas a buscarem suas origens, porque isso fez muito bem para mim.” E o ato de pesquisar, se interessar e de saber mais sobre a história familiar é uma prática adotada por Bibiana desde o início de seus projetos. Todos contam com a construção de um conceito baseado na história da família.
Para a CEO, a história e o legado de seus descendentes trazem muita honra e uma força interior sem tamanho. “Quando você conhece sua história, você se sente completa. Tanto que quando estou cansada ou cabisbaixa, eu logo digo para mim mesma: não sua figura, presta atenção, você tem que se lembrar de onde você veio, não se perca dessa história, desse caminho, porque difícil foi para eles. Eles comeram o pão que o diabo amassou. Você tem que, no mínimo, ser a melhor no que faz, porque você tem tudo na mão para resolver as coisas, tem uma cama maravilhosa, vive lindamente, tem oportunidade de se conectar com quem quiser no mundo e a liberdade que não se tinha naquela época, que é uma das coisas mais sagradas de ser quem somos.”
Festa de aniversário com legado
Depois de alguns anos do encontro com a prima Vitória, apresentada pelo amigo Marcelo Foletto, Bibiana organizou sua festa de aniversário e decidiu reunir os Bisognins em um pequeno município gaúcho, denominado Dona Francisca, situado no Vale Vêneto, há cerca de 253 quilômetros de distância da capital do Rio Grande do Sul, e onde aportaram seus descendentes em 1870.
Cerca de 150 famílias se fizeram presentes na festa, realizada em 26 de junho de 2022, e ali que Bibiana conheceu a história da chegada de seus tataravôs Francesco Bisognin e Brigida Trentin no Brasil, que não foi nada fácil. “Eles vieram de Génova, na Itália, em um navio chamado Colombo, chegaram ao Guaíba e pegaram outro navio pelo Rio Jacuí, subindo até a cidade, hoje denominada Dona Francisca. Subiram numa carreta de bois e foram conhecer os 14 hectares de terras prometidas pelo governo italiano na época. Eles e outros colonizadores construíram a igreja, as escolas e as casas dessa singela e linda cidade”, conta Bibiana.
A festa organizada em Dona Francisca teve missa na igreja, com playlist de músicas italianas da adolescência de Bibiana, nada daquelas músicas tradicionais, e contou com a participação da soprana Juliana e de Kadu Lambach, um dos fundadores do Legião Urbana, que tocou violão. A música que abriu a missa, cantada por Bibiana e Juliana, foi La Solitudine, de Laura Pausini. “Essa foi uma das músicas que mais marcaram a minha adolescência. Foi um dia especial e nunca imaginei que isso pudesse acontecer. A chegada ao Vale Vêneto foi incrível, extremamente transformadora para a minha vida”, alega a designer.
As pessoas que conheceu nesta festa foram relacionadas por Bibiana com as características de seus antepassados. “São pessoas muito generosas e que ajudam muito o próximo. Essa é a filosofia do verdadeiro Bisognin, que também é muito ligado à Igreja Católica”, aponta. Sua história traz a bagagem de duas famílias italianas, uma humilde e outra aristocrata. Seu bisavô Antonio nasceu no Vale Vêneto e sua bisavó Vitória Zanetti, nasceu em Treviso, na Itália, e veio ainda pequena para o Brasil. Dessa união, nasceram dez filhos brasileiros e um deles José Bisognin, o avô de Bibiana e que mais tarde se casou Elisa Copetti.
Seu tataravô, na Itália, era um homem do campo, humilde e devoto de Nossa Senhora da Saúde. Ele era de Firenze. Essa família por parte de sua mãe Antonia Bisognin, teve um filho que enriqueceu. Ele foi o maior engenheiro de fundações de Veneza, e se chamava Gio Batta Bisognin. Não se casou nem teve filhos. Morreu nos anos de 1960 e doou toda a sua fortuna e parte das terras para a construção de uma instituição de caridade, um hospital de idosos, que durante a pandemia, foi visto internacionalmente pelos canais televisivos, onde ficaram os anciões. Essa instituição hoje leva o nome de IPAB Giovanni Bisognin, em Meredo.
Já a família de sua bisavó italiana Luiza, que era de descendência judaica, nascida na província de Ùdine, na região do Friul-Veneza Júlia, na época do Império Austro-Húngaro (1867 a 1918), eram de família aristocrata, mas ficaram pobres. Quando começou a Primeira Guerra Mundial, eles saíram de lá para não serem mortos. Em busca de mais informações de sua bisavó, Bibiana foi conversar com um rabino da Fundação Novo Horizonte, em São Paulo, no início de outubro desse ano. Convidada pelo rabino, ela participou de um almoço na Colônia Judaica e pleiteou a possibilidade de fazer estudo da sua cabala.
Planos para 2024
No ano que vem, Bibiana pretende realizar mais um encontro da família no Vale Vêneto, quer lançar sua biografia e uma coleção de joias inspirada em sua história, denominada Família, além de morar por três meses na Itália para obter sua cidadania. “Quero dar visibilidade a minha história para que outras pessoas busquem pelas suas”, salienta. Antes de chegar à Itália, a designer faz uma palestra em Portugal, sobre Destination Wedding, e depois viaja à Inglaterra, onde dará aula sobre Joias do Palácio, no Palácio de Kensington, em Londres.
Mostra Celebration
E, agora em novembro, a partir do dia 23, Bibiana abre a quarta edição da sua mostra Celebration, que ocorre até o dia 10 de dezembro, na Artefacto D&D Shoppings (Avenida Nações Unidas, 22.555, SP), com ingresso de uma peça de roupa ou alimentos, que serão doados a Casa Hope. O evento não acontecia desde 2019 por causa da pandemia. Com o tema Explorando Culturas Globais Através do Design, Bibiana pretende celebrar a paz e a alegria entre os países e lamenta profundamente a guerra que está acontecendo e que estourou em outubro em Israel. São esperados cerca de 800 pessoas por noite e uma estimativa de 40 mil pessoas durante todo o evento.
A exposição é retomada com dez mesas decoradas homenageando dez países, e dez ilhas de buffet, com propostas do International Food Policy Research Institute (IFPRI), que fornece soluções de políticas baseadas em pesquisas para reduzir de forma sustentável a pobreza e acabar com a fome e a desnutrição nos países em desenvolvimento. Arquitetos, empresários, celebridades e influenciadores, como Helô Pinheiro (a eterna Garota de Ipanema), Kika Sato, Patrícia Bonaldi e Schynaider, Martha Medeiros, Vic Meirelles, chef Ale Von, Tatiana Coelho, Titina Leão, La Table, Pupy Zogaib, Latiffa e muitos outros, prestam sua homenagem à sua descendência através da decoração de suas mesas. A abertura do evento para convidados ocorre dia 22 de novembro.
Shorts
- Família – Amor
- Comida – boa italiana
- Hobby – Viagens
- Casamento – Base da família
- Política – um processo
- Qualidade – Extremamente transparente/Verdadeira
- Defeito – Autocrítica
- Cor – Azul
- Dor – Saudade
- Amor – pelo ser humano, eterna fé que as pessoas boas vão vencer, que a luz vai se plantar na humanidade
- Inspiração – Jesus
- Cidade que mais gosta – RJ
- Profissão – Arte
- O que mais gosta em uma pessoa – que ela seja alegre
- O que mais odeia – mentira
- Futuro – conseguir botar um celular implantado no meu braço (risos)
- Noiva perfeita – Aquela que coloca no seu casamento as suas verdades e a sua história para ter a presença de Deus naquela união
- Qual a frase que te define – Uma pessoa incansável na busca da felicidade!