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Projeto arquitetônico preserva história ao mesmo tempo em que projeta espaços para o futuro da indústria têxtil

crédito divulgação

Alencar Arquitetura valorizou memória afetiva ao revitalizar novo prédio da Tex Cotton, criando ambientes que maximizam encontros e projetam o futuro do negócio

Como adaptar um edifício histórico às necessidades da nova sede e ao mesmo tempo fazer uma intervenção sofisticada e contemporânea? Esse foi o desafio da Alencar Arquitetura ao produzir o projeto do novo endereço da Tex Cotton, indústria têxtil de Blumenau (SC). A empresa comprou o antigo parque fabril de outra indústria, com um complexo de 45 mil metros quadrados.

“A Tex Cotton começou um novo capítulo quando decidiu comprar a antiga sede da Sulfabril. Pesquisamos muito a parte histórica e buscamos entender o passado para poder criar um futuro. Nesse sentido, desenvolvemos um projeto em que foi respeitada a história da cidade”, afirma Nicholas Alencar, sócio-fundador da Alencar Arquitetura.

 

O arquiteto explica que, ao fazer uma pesquisa do histórico da construção, o escritório percebeu que a estrutura original — datada da década de 1970 — havia sido alterada. Encontraram então uma oportunidade e o espaço, que havia sido danificado, foi demolido para a criação de um novo acesso.

O projeto utilizou como referências diversos elementos presentes nos arredores da construção, que também são parte da história da cidade. O edifício está localizado na curva de um rio, possui um trilho de trem no terreno, memória de uma antiga ferrovia que passava pelo local, além de uma arquitetura de vanguarda. Todos esses são elementos muito simbólicos para a cidade e a população do município. A localização é próxima ao centro da cidade, e o terreno é repleto de história.

No auge, a Sulfabril foi a segunda maior indústria da América Latina. Prova da importância da indústria de Blumenau.

“É uma daquelas empresas em que todo mundo na região conhece alguém que trabalhou lá. Então existe uma sensação de comunidade e memória afetiva muito presente. Criamos vários espaços de trabalho híbridos e não fixos, porque o futuro do trabalho é esse”, explica o arquiteto.

O escritório de arquitetura revitalizou a fachada da empresa, trazendo elementos mais modernos para a composição e criou uma uma praça pública em frente à entrada, para que a comunidade pudesse estar presente e aproveitar o espaço. Internamente, focou em espaços de trabalhos compartilhados, na ocupação do último pavimento — um sótão que estava sem condições de trabalho — e proporcionou vista para o exterior, com a nova praça e a linda ponte dos arcos. 

“Esse é só o começo de uma nova história. A Tex Cotton compartilhou com a gente essa oportunidade de respeitar o passado com novos elementos”, finaliza o arquiteto.