Lançamento Instituto Cultural Laje de Pedra, créditos de Lisi Viezzer.
Instituição tem como principal objetivo fomentar e enaltecer a cultura local através de exposições, residências artísticas e criação de projetos transdisciplinares
Com o propósito de fomentar e articular novos diálogos em torno da arte e da cultura nacional contemporânea em Canela, na Serra Gaúcha, foi lançado o Instituto Cultural Laje de Pedra (ICLP). Ao lado da Secretária de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo, do Secretário Municipal de Cultura de Porto Alegre, Gunter Axt, os sócios do Kempinski Laje de Pedra, Márcio Carvalho e José Ernesto Marino Neto deram início à Instituição que nasce como um instrumento de renovação e ressignificação do passado para pensar e projetar de forma sensível outras perspectivas de futuro cultural.
O lançamento contou com a presenças de secretários de estado da cultura de diferentes regiões do Brasil, reunidos para o Encontro Nacional de Secretários e Dirigentes de Cultura, que endossaram a inauguração do Instituto, permitindo a aproximação entre entidades, troca de conhecimento e o fortalecimento de laços quanto à pauta cultural no país.
Idealizado pelos sócios do Kempinski Laje de Pedra, Carvalho, Marino Neto e José Paim de Andrade Jr., o ICLP, tomado pela sensibilidade que existe entre arte, cultura e paisagem, é envolvido pela atmosfera do Vale do Quilombo, que costeia o local com uma falésia de 400 metros de altura. Essencialmente, explica o também presidente do Instituto Cultural Laje de Pedra, Márcio Carvalho, o hotel é um espaço de residência temporária e, uma vez pronto, será aberto para residências artísticas e criação de projetos transdisciplinares.
“O Instituto quer explorar a poesia sulista da América do Sul, através do que se repercute da cultura de diferentes formas, seja na natureza, na gastronomia, na música e artes visuais. Desenvolvemos um sistema de galerias com projetos de arte ligados ao colecionismo e de diálogos em arte e o nosso desejo é atrair artistas que queiram usar a poesia do território na sua produção, mas também exportar talentos para outros lugares”, comenta Carvalho.
Responsável pelo capital material e imaterial de natureza cultural e artística do local, o Instituto abriga a Galeria do Laje, composta por cinco salas em diferentes formatos. O espaço expositivo está localizado no histórico Hotel Laje de Pedra, em fase de revitalização e prestes a se tornar o primeiro Hotel Kempinski da América do Sul, da célebre e centenária rede alemã dedicada à hotelaria de luxo Kempinski, posicionando Canela no mapa mundial do turismo de alta renda.
Trazendo a cultura como elemento protagonista para revitalizar o Laje de Pedra, o ICLP é uma entidade sem fins lucrativos, mantida com recursos de doações de pessoas físicas e jurídicas – diretas ou por meio das Leis Federal e Estadual de Incentivo à Cultura -, projetos culturais e realização de eventos.
“O Instituto Cultural Laje de Pedra chega em um momento de transformação dos nossos espaços culturais em ambientes vivos e acolhedores, que atraem o público pelo encantamento. E a serra gaúcha é privilegiada nesse sentido. Temos também a expectativa de ampliar o diálogo entre instituições para alargar horizontes no campo da arte. A proposta de ação do Instituto e a equipe envolvida reúnem todas as condições para liderar iniciativas relevantes nessa direção, atraindo parceiros que valorizem o patrimônio cultural e contribuam para a promoção de atividades artísticas e culturais plurais. Nasce um agente cultural potente, um presente para o Rio Grande do Sul”, afirma a Secretária de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, Beatriz Araujo.
Temporada de Verão 2023 – A cultura como elemento de convite
As iniciativas culturais do Instituto Cultural Laje de Pedra, sob coordenação do gestor cultural, André Venzon, ampliam o campo das expressividades artísticas. Atualmente, os visitantes são recepcionados pela intervenção artística Casulo, da artista Heloísa Crocco, que abraça o corpo físico e a transformação do antigo hotel.
A temporada de verão 2023 já integra cerca de 150 obras de 19 artistas visuais da Coleção de Arte Laje de Pedra, bem como, as mostras Território do Sensível, onde os fotógrafos Fernando Bueno, João Farkas e Claudio Edinger lançaram-se em uma experiência de imersão nos Campos de Cima da Serra e Vale dos Vinhedos; a exposição Abraço, do designer Zanine de Zanini, que reúne vinte e sete peças, sendo dez desenhos inéditos: mesas, poltronas, banquetas, cadeiras e bancos – oriundos da madeira – matéria que assume cores e formas expressivas; e a mostra Sioma Breitman, em parceria com o Instituto Cultural Canela de Fotografia e Artes Visuais, com as icônicas Noivas de Sioma e Os Nus de Sioma, mesmo sendo multipremiado sem salões de fotografia do mundo inteiro, os ensaios produzidos no final dos anos 40 e início dos 50, reverenciam as mulheres e nunca foram expostas em conjunto.
Já a Orquestra Filarmônica Laje de Pedra, uma das iniciativas culturais que integra o pilar artístico ICLP, tem direção executiva e artística de Allan John Lino e coordenação de Heitor Knorst e Júlio César Wagner.
“A partir dos projetos culturais e do acervo artístico do Instituto, como a primeira coleção de fotografias em exposição nas Galerias do Laje, queremos apresentar ao público a possibilidade de desvendar, através da arte, uma percepção coletiva desse território natural e cultural dos Campos de Cima da Serra e da memória visual do antigo Hotel, evidenciada pela convergência das poéticas sensíveis de todos os artistas e fotógrafos já envolvidos”, ressalta o gestor cultural e diretor artístico do Instituto Cultural Laje de Pedra, André Venzon.
As galerias que recebem a média de 9 mil visitantes por mês, já contaram com exposição de trabalhos dos artistas Clóvis Dariano, Leopoldo Plentz, Betina Samaia e junto com Inês Schertel, também reuniu outros artistas gaúchos proeminentes como os designers Heloísa Crocco e Aristeu Pires.
