
Crédito de fotos de Edith Auler/especial ED
Direto dos Estados Unidos, Edith Auler revela detalhes da arquitetura, do design e das curiosidades da residência que hoje é um dos principais cartões-postais para fãs do astro
Sempre gostei de Elvis Presley. Ele é, inegavelmente, um dos maiores cantores da história mundial. Uma tia muito querida, que perdi durante o período da pandemia, era apaixonada por ele. Conhecia todas as músicas, e sempre que entrávamos no carro, lá estava Elvis tocando. Ainda assim, visitar Graceland, a lendária casa do Rei do Rock, nunca esteve nos meus planos de viagem.
Tudo mudou quando, numa viagem aos Estados Unidos, o amigo Everton Machado manifestou um forte desejo de conhecer a residência de Elvis. Nossa ideia inicial era explorar Nashville, mas, considerando o pedido do amigo, decidimos ajustar o itinerário e passar um período em Memphis, cidade do coração do astro, para conhecer Graceland.
E confesso. Foi uma das melhores decisões que já tomei. E dela nasceu essa matéria especial para Estância Decor RS.
Elvis Aaron Presley nasceu em 8 de janeiro de 1935, em Tupelo, Mississippi, e faleceu em 16 de agosto de 1977, justamente em Graceland, sua residência em Memphis, que adquiriu em março de 1957 por 102 mil dólares. O nome da propriedade homenageia a filha do antigo proprietário, Grace Toof, e encantou tanto Elvis que ele o manteve ao comprar a casa. Graceland não foi apenas um lar — foi o palco dos melhores anos de sua vida e, posteriormente, se tornou seu eterno descanso.
A energia do lugar é indescritível! Ela pulsa, envolve, emociona. O amor dos fãs, o poder da música, e o legado de Elvis estão impregnados em cada canto da casa. Tudo ali revela um pouco da alma dele. Criativo, colorido, disruptivo, exagerado, tecnológico, versátil e extremamente ligado aos seus admiradores. Quadros, esculturas, lembranças e presentes dados pelos fãs, família e amigos estão por todas as partes.
Logo na entrada, dois leões imponentes guardam os portões da mansão, que ostenta uma arquitetura neoclássica. E o guia da casa estadunidense nos avisa não se trata de um museu. Se trata de uma visita a casa de alguém. Esse pequeno ritual muda as coisas. Muda o teu olhar sobre aquilo que tu vai ver. E aí cai a ficha. Estamos entrando na casa daquele que já foi um dia o maior artista da história do mundo.
Mas o objetivo central dessa matéria é trazer também um pouquinho da arquitetura que vimos por lá e sobretudo os detalhes. A sala de visitas é acolhedora, mas tem janelas completamente vedadas. Motivo. O lado de fora, durante décadas, fãs mantiveram vigílias constantes. Ao lado, a sala de jantar onde Elvis ficava com amigos e familiares é elegante e aconchegante. A cozinha, com sua decoração típica dos anos 70, é menor em proporção, mas está impecavelmente preservada.
Um dos espaços mais impactantes para mim foi a chamada “Jungle Room” (Sala da Selva), com móveis exóticos, carpetes verdes e uma atmosfera única que misturava kitsch e conforto. Outro destaque é a Sala Amarela, onde Elvis costumava ouvir música, receber visitas e assistir a três televisões ao mesmo tempo — um luxo visionário para a época. A sala de jogos, vibrante e cheia de cor, revela o gosto de Elvis por ambientes alegres e criativos.
Há também a Sala África, decorada com objetos étnicos e peças trazidas de suas viagens, além da sala de troféus, onde estão expostos inúmeros prêmios, discos de ouro e itens de sua carreira cinematográfica. O Racquetball Building, um anexo moderno construído nos anos 70, abriga uma quadra de squash e mais memorabilia. Tudo ali pulsa história, arte e paixão.
A casa é cercada de lindos campos onde Lisa Marie, Priscila, Elvis e sua família curtiam tardes ensolaradas com seus cavalos. Uma das paixões de Elvis assim como carros. Vale destacar que uma coleção gigante de carros também faz parte do complexo Graceland. Que inclui também os dois aviões, entre eles o Lise Marie, homenagem a sua filha. Além é claro de lojas, restaurantes, bares e cafeterias. E a missão ‘encontre seu souvenir’ já que são muitas opções no shopping de Graceland, localizado na rua em frente a casa. E se tornaram também uma atração à parte para os turistas. O ingresso para acessar todo complexo varia de 80 a $ 100.
E então, o momento mais comovente. O Meditation Garden, o jardim onde Elvis está enterrado ao lado da piscina. Ali repousam também sua mãe Gladys, seu pai Vernon e seu irmão gêmeo, que faleceu bebê. E, mais recentemente, sua filha Lisa Marie e seu neto. A chegada ao local é o momento que se precede de muita emoção. Diariamente, visitantes do mundo inteiro deixam flores, cartas, presentes, mensagens. Fiz o mesmo.
Como amante da música e admiradora de sua trajetória, deixei uma pulseira, um dos acessórios que ele mais gostava de usar em seus shows. Um gesto simples, mas carregado de gratidão e carinho. Me emocionei. É um lugar de respeito, de silêncio e de conexão com a arte. Ele deixou um legado que ultrapassou qualquer fronteira e isso é de uma beleza ímpar.
Graceland vai além de ser a casa de uma lenda. É um espaço para a gente lembrar de como o rock ainda vive, a boa música, o amor deles aos fãs e à cultura de uma época. Mais que um patrimônio musical, é também um marco arquitetônico icônico dos anos 50, com todas as peculiaridades de gosto, estilo e design preservadas ao longo das décadas. Um verdadeiro mergulho no universo íntimo de um dos maiores ícones do século XX.
Porque, no fim, uma coisa é certa. Elvis não morreu. Ele vive na música, na cultura na arte e também na arquitetura. Abaixo os detalhes dos objetos de decoração.